segunda-feira, 26 de março de 2012

linguagens infantis - outras formas de leitura / 1° parte

   Este livro linguagens infantis aborda as reflexões sobre as formas da cultura escrita e também sobre um modelo pedagógico em que a multiplicidade de linguagens e formas de se expressar esteja em questão mais do que a própria leitura e escrita na educação infantil.
   A indústria da educação considera que a alfabetização seja feita aos 4 ou 5 anos de idade.
   Não há uma reflexão sobre o letramento, pois, ainda se mantém teorias pragmáticas pedagógicas alicerçada na produção de competências para o "sucesso" na sociedade e do mundo capitalista.
   A escrita surgiu primariamente com a função não de comunicação, mas para registrar eventos da sociedade e para  comércios e depois foi utilizada para garantia de propriedade, controle de mercadoria, estabelecer normas e procedimentos e também era utilizada como expansão da memória para guardar informações (hoje é através da tecnologia) e isso foi fundamental para o desenvolvimento das ciências, filosofia, da arte e inclusive da própria história.
   Atualmente, ela é utilizada também para se comunicar, mas principalmente produzir uma sociedade criadora de normas.
   O texto ainda nos informa que a técnica da escrita é desigualmente distribuída, pois quem mais a domina e se apropria são os indivíduos das classes burguesas, e consequentemente os objetos culturais (a arte, as normatizações de comportamento e etc.) que são vinculados à escrita, são dominados pela elite, com uma expressão de poder desta classe (que se transforma numa cultura dominante). A escola é elitista. Julga os alunos das classes inferiores como sendo subalternos. Em nossa sociedade, quem não pertence a cultura da escrita é excluído da sociedade, a pessoa passa a ficar alienada do mundo.
   Transmitir a escrita é transmitir juntamente valores.
   Há uma instrumentalização da técnica de ensino pelas escolas para formar cidadãos que competem e disputam um espaço dentro da sociedade, criando uma hegemonia, mas excluindo a pedagogicidade do real ensino da língua oral e escrita.
   A escrita são compostas por signos e símbolos que foram inseridos em nossa sociedade para nos comunicarmos.
   A alfabetização vai além do ensino das letras, é também um meio das crianças se tornarem  futuros cidadãos ativos em nossa sociedade de cultura escrita. Por isso é necessário e ensinar as crianças a importância dessa cultura antes de alfabetizá-las.
   Na Constituição de 1988 e com a LDB de 1996, as crianças de 0 a 6 anos, tiveram o direito de receber educação infantil em redes de ensino. E em 1970 passou-se a estudar a interação das crianças nessas redes de ensino entre professores e com outras crianças e notou-se que existem diferenciações nas crianças, umas são curiosas, outras inventivas e assim por diante, e que tem a capacidade de criar, inventar e se expressarem de diversas formas.
   O objetivo da educação infantil não é somente alfabetizar e sim estimular a criança por meio de expressões artísticas, oral e etc; para que ela possa desenvolver suas cognições e sua inteligência, mostrando a ela como se portar, a higienização, a alimentação e assim vai. A alfabetização seria ensinado mais à frente após essa primeira fase de desenvolvimento escolar.
    Outra informação que o texto nos traz é sobre contar histórias. Nós seres humanos temos a capacidade de contar histórias, seja de nossa vida, algum acontecimento...e ao contar histórias acaba-se criando um vínculo com os ouvintes, surge-se empatias, emoções, olhares, gestos, sons, surpresas, medo, desejos e etc.
    É utilizado a fala e a audição nesse rico processo de narrar histórias, há um conhecimento da experiência humana e o vínculo que é estabelecido.
   Quando as crianças houvem histórias, elas se sentem importantes por alguém estar disponibilizando tempo para lhe contar algo e consequentemente é uma forma de terapia para elas, e faz com que sua imaginação aflore e acenda sua curiosidade e passam também a narrar suas próprias histórias. E quando ouvem histórias alheias  liberaram suas angústias por estarem crescendo passando a serem autônomas e até problemas relacionados a família. Ao se colocar no lugar do herói da história que enfrenta vários obstáculos, se constitui para ela uma experiência positiva e até dá resposta as sua dúvidas. As imagens das narrativas também são fundamentais para inculcar a história na mente dos pequeninos.
   O livro transmite conhecimento e desencadeia um vínculo de relacionamento entre os indivíduos.
   O adulto também tem um papel fundamental no processo das histórias, pois ele organiza cenários e o tema. E irá amparar a criança ao personagem que ela interpretará, e a mesma  se sentirá segura com um adulto por perto, pois saberá que ela voltará ao seu papel normal de criança.
    É muito importante  que a criança frequente uma biblioteca para que ela desenvolva um vínculo com o livro e sucessivamente com a leitura.
   O adulto deve estimular o gosto pela leitura desde bem pequeno com salas adaptadas, bem aconchegantes, com almofadas contendo prateleiras de livros ao alcance dos mesmos que aguçam pelo visual externo e interno o apetite pela leitura, e desenhos na parede que chamem a atenção.
  Enfim, a história envolve a criança e a aproxima dos colegas, aguça sua imaginação, a curiosidade e a interação com os demais, a criança passa a observar e usa a audição e a visão, compreende a seu modo a realidade e associa com a realidade externa.


Inclui este vídeo de um trabalho das alunas Camila Giacomelli, Karen Schütz e da professora : Ana Margô Mantovani .

  Achei o vídeo muito interessante e tem tudo haver com o texto! Pois mostra a criança se interagindo de várias formas estimulando o seu desenvolvimento antes do alfabetizar. E também a música tocada neste vídeo fala sobre a imaginação da criança que é necessário nesta etapa.

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